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Há uma série de notáveis “histórias de captação de recursos” na Bíblia: A captação de recursos de Moisés para o tabernáculo (Ex 25, 35 e 36); a captação de recursos de Davi para o templo (1 Cr 29:1-20); a captação de recursos de Ezequias durante a reforma do templo (2 Cr 31 ); a captação de recursos de Neemias para a reconstrução de Jerusalém (Ne1 e 2); a captação de recursos de Paulo e instruções sobre doações para as igrejas primitivas (1 Co 16:1-4; 2 Co 8 e 9; Fp 4:10-20; 1 Tm 6:17-19). Todas estas histórias podem ser extraídas da jazida mineral de conhecimentos e princípios sobre a captação de recursos.

Vamos nos concentrar na captação de recursos de Paulo em 2 Coríntios 8 e 9, e traçar alguns princípios bíblicos para a arrecadação de fundos para a igreja ou trabalho ministerial.

Dando Espiritualmente

Primeiro, descobrimos que a arrecadação de fundos Cristã é ESPIRITUAL. Na arrecadação de fundos de Paulo na igreja de Corinto, ele aponta os Cristãos da Macedônia como um exemplo de doação Cristã. Ele diz que “[os macedónios] entregaram-se PRIMEIRAMENTE a si mesmos ao Senhor” (8:5). Em seguida, exorta as igrejas de Corinto a doarem abundantemente, ASSIM COMO abundam na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor Cristãos (8:7).

O princípio importante aqui é este: O povo de quem se solicita financiamento deve ser exortado a entregar-se PRIMEIRO ao Senhor. A sua DOAÇÃO Cristã deve ser coerente e fazer parte da sua VIDA Cristã. A sua vida FINANCEIRA deve ser parte da sua vida ESPIRITUAL.

Quando a doação Cristã acompanha a vida Cristã, vários perigos na arrecadação de fundos para a igreja ou organizações Cristãs são eliminados. Remove o perigo de procurar apenas o dinheiro das pessoas; remove o perigo de que a igreja ou o ministério fique indevidamente endividado para com os doadores, especialmente os grandes doadores.

Remove o perigo de grandes doadores terem uma influência excessiva na igreja através da sua doação (doadores que se entregam primeiro ao Senhor são doadores humildes, não manipuladores); e remove o perigo de igrejas e ministérios procurarem deliberadamente fundos de fontes não Cristãs ou subcristãs.

Solicitação

Em segundo lugar, a arrecadação de fundos Cristã é SOLICITAÇÃO. Paulo diz que o seu pedido de apoio financeiro e material aos Cristãos de Corinto não era “uma ordem” (8:8). Diz também que os Cristãos da Macedônia deram “por iniciativa própria” (8:3). Os Cristãos, diz ele novamente, não devem dar “com pesar ou por obrigação” (9:7).

Isto significa que a doação Cristã não pode ser coagida; só pode ser solicitada. Embora os fundos possam ser solicitados e exortados, a doação propriamente dita deve ser voluntária. Este princípio é um aviso às igrejas e ministérios contra se tornarem coercitivos e manipuladores na angariação de fundos para a igreja e os seus projetos.

Para Paulo, não há nenhum aviso de punição ou maldição; nenhuma dedução obrigatória do salário; nenhuma declaração profética de que a sua angariação de fundos é ‘o programa do Senhor’, ou algo semelhante.

Doação Sacrificial

Terceiro, a angariação de fundos para a igreja deve ser SACRIFICIAL. Paulo diz que os macedônios deram generosamente, apesar da sua “mais severa tribulação” e “extrema pobreza” (8:2), e que deram “além do que podiam” (8:3).

Paulo também usa o sacrifício de Jesus ao exortar as pessoas a doação sacrificial. No versículo 9, ele diz que o Senhor Jesus Cristo, “sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos”.

Isto significa que a nossa doação também deve ser sacrificial. A doação Cristã tem de nos atingir financeira e materialmente. A nossa doação deve nos tornar mais pobres, material e financeiramente. Significa também que enquanto solicitamos recursos, não devemos fazer falsas promessas de que os doadores serão ainda mais abençoados material e financeiramente. Eles podem ou não ser.

Outro princípio que se pode extraído daqui é que, assim como os pobres macedônios deram generosamente, também os pobres e os oprimidos devem partilhar a responsabilidade – e a bênção! – de ofertar à obra do Senhor.

A Solidariedade na Doação

Em quarto lugar, a arrecadação de fundos para a igreja deve estar fora da SOLIDARIEDADE. A arrecadação de fundos de Paulo entre os Cristãos de Corinto foi para os Cristãos em Jerusalém (1 Co16:1-6). Ele também tinha instruído os Gálatas a doarem aos Cristãos em Jerusalém (1 Co 16:1). Os Cristãos macedônios pobres também pediam e insistiam – mas pediam e insistiam, não para serem dados, mas para darem. Por quê? Para que pudessem ser participantes no apoio aos Cristãos em Jerusalém (8:4).

A questão é esta: Os Cristãos gentios se mostraram solidários com os Cristãos judeus através do seu ato de doação. Dar e receber entre os Cristãos é uma demonstração de que nos tornamos um em Cristo, quaisquer que sejam as nossas diferenças raciais, étnicas, linguísticas e outras.

É importante notar também que Paulo não estava arrecadando fundos para si mesmo. Ele estava arrecadando fundos para os outros. Aqui está o princípio: Os fundos devem ser solicitados e recolhidos não só para as nossas próprias igrejas, ministérios e necessidades, mas também – talvez, ainda mais – para outros irmãos crentes e igrejas. Arrecadar fundos para outros na obra do Senhor e fornecer fundos para outros na obra do Senhor é um ato de solidariedade para com os outros no corpo do Senhor.

Em suma, a arrecadação de fundos Cristãos deve ser ESPIRITUAL, SOLICITADO, SACRIFICIAL, e fora da SOLIDARIEDADE. Isto, submeto, é arrecadação BÍBLICA de fundos.

E, a propósito, Paulo não vendeu bilhetes de lotaria para arrecadar dinheiro para a obra do Senhor!


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