No dia 23 e junho, uma multidão de extremistas Muçulmanos atacou uma igreja e as casas de Cristãos em Luxor, no Egito, depois que a igreja recebeu a licença oficial.
A igreja na vila al-Halla, que funcionava sem licença desde 2003, está entre as 239 instalações de igrejas registradas em abril pelo comitê do governo.
Na manhã do ataque, o Ministério do Interior colocou guardas do lado de fora da igreja.
Posicionar guardas é um procedimento padrão do governo em igrejas licenciadas em todo o país para garantir sua segurança, embora muitas vezes haja um intervalo de tempo entre a concessão da licença e os guardas sendo alocados na igreja.
Os Cristãos locais disseram que o licenciamento da igreja e a chegada dos guardas enfureceram os extremistas Muçulmanos e que uma grande multidão se reuniu, incluindo Muçulmanos de fora da vila, gritando frases anticristãs.
A multidão passou a atacar a igreja e a atirar pedras nas casas dos Cristãos. Vários veículos e motos dos Cristãos foram incendiados.
“Ficamos em nossas casas por questão de segurança,” disse um Cristão. “Isso fez com que não houvesse vítimas.”
A polícia foi enviada ao local e ajudou os guardas do Ministério do Interior a controlar a situação. Eles isolaram a igreja e fecharam as ruas que levam ao local onde os Cristãos moram, para evitar ataques no dia seguinte,sexta-feira, após as orações Muçulmanas do meio-dia.
“Realizamos culto em nossa igreja desde 2003 sem problemas,” explicou um Cristão. “Os Muçulmanos da vila estavam bem cientes disso e nunca ninguém se opôs.”
“Agora que a igreja foi legalizada, os fundamentalistas entre eles ficaram furiosos. Eles nos disseram, ‘Vocês têm cultuado aqui há anos … por que a licença oficial?'”
A igreja em al-Halla foi legalizada sob a Lei de Construção e Restauração de Igrejas, que, em 2016, removeu as restrições da era Otomana aos edifícios de igreja. Antes que a lei fosse introduzida, era praticamente impossível para as igrejas obter uma licença e muitas congregações não tinham outra opção a não ser cultuar ilegalmente em prédios não registrados.
Até o momento, 2.401 das 3.730 igrejas e prédios de igrejas que solicitaram licenças receberam aprovação pelo comitê designado para supervisionar o processo.
No início de 2018, o governo Egípcio permitiu que os Cristãos cultuassem em prédios não registrados até a conclusão do processo de licenciamento.
Agora, os Cristãos dizem que sua situação no Egito de maioria Muçulmana é a melhor de que se tem memória. No entanto, os Cristãos ainda enfrentam opressão e hostilidade das comunidades locais, principalmente nas áreas rurais.
Agradeça a ação rápida da polícia e dos guardas para conter a multidão de extremistas Muçulmanos e evitar qualquer dano aos nossos irmãos e irmãs. Ore para que a harmonia seja restaurada na vila e que os Cristãos possam novamente cultuar livremente em sua igreja e viver pacificamente ao lado de seus vizinhos Muçulmanos.