Um domingo à noite, um homem Cristão idoso estava levando duas senhoras Cristãs para suas respectivas casas após o culto na igreja em que todos haviam participado. Enquanto dirigia, ele percebeu que um ciclista caiu de sua bicicleta, então ele parou o carro, saiu e foi oferecer ajuda. Em resposta, o ciclista sacou um taco de beisebol que carregava e começou a atacar o Cristão.
Tudo isso foi visto pelas senhoras horrorizadas no banco de trás do carro. O Cristão foi espancado de tal forma que vários ossos foram quebrados e levou meses até que se recuperasse completamente. Isto aconteceu em 2022 em uma cidade no sul da Inglaterra. O custo do cuidado pode ser muito alto. Por ter se importado, este Cristão sofreu ferimentos terríveis por parte daquele com quem ele se preocupou.
Devemos parar de nos preocupar? Ou devemos continuar nos preocupando, sejam quais forem as consequências? Sim, devemos nos preocupar, como Jesus, nosso Salvador, se preocupou. Um amigo meu me perguntou: “Por que eu deveria me preocupar com Cristãos perseguidos distantes na África? Por que eu deveria os ajudar quando há milhões de pessoas pobres aqui no meu próprio país que precisam de ajuda?”
Minha resposta a ele foi que os Cristãos distantes eram sua família, seus irmãos e irmãs. Por isso, ele deveria cuidar deles e não negligenciá-los. Nas epístolas do Novo Testamento, geralmente os crentes são referidos pela palavra grega adelphoi, que significa literalmente “unidos ao [mesmo] ventre”, ou seja, irmãos. O contexto mostra que quase sempre adelphoi inclui não apenas os homens da igreja, mas também as mulheres, portanto, poderíamos traduzir como “irmãos e irmãs”.
Outros grupos também usavam “linguagem familiar” como esta no primeiro século, por exemplo, as guildas Gregas de comércio. É interessante notar quantas vezes Paulo começou suas cartas com referência a Deus nosso Pai e ao Senhor Jesus Cristo, talvez para enfatizar exatamente de qual família os irmãos e irmãs para os quais ele escrevia faziam parte.
Tal linguagem familiar tem grande peso nas culturas em que se espera que um indivíduo cuide de seus parentes, sacrificialmente se necessário, de modo que uma família estendida seja uma rede de apoio amoroso e prático que garanta que ninguém em dificuldades seja deixado por conta própria. A perda deste apoio familiar é uma experiência comum para os convertidos ao Cristianismo, cujas famílias incrédulas os rejeitam. Na Ásia Central, os Cristãos
normalmente se referem a outros crentes como “irmãos”. Como isto é profundamente significativo para os muitos que deixaram o Islã para seguir a Cristo! Talvez o versículo mais conhecido da Bíblia seja João 3.16.
Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Este versículo maravilhoso fala do incrível amor de Deus por Sua criação e pela própria humanidade. O que é realmente significativo neste texto é que a grandeza do notável amor de Deus é vista no fato de que Ele deu o que era mais precioso para Ele. Seu
cuidado por aqueles que Ele criou era tanto que Ele deu Seu único Filho, sabendo muito bem que a humanidade O rejeitaria, O maltrataria e, finalmente, O crucificaria. Mas este enorme custo não impediu que Deus se importasse. À medida que enfrentamos
um mundo cada vez mais difícil, repleto de incertezas e problemas, há uma tentação crescente de nos fecharmos em nós mesmos e excluirmos os outros, de parar de nos importar porque cuidar machuca. Mas se Deus assim ama o mundo, devemos amar aqueles a quem Ele ama, aqueles pelos quais Seu Filho morreu. Devemos continuar cuidando, sabendo que cuidar sai caro – pois é disso que se trata o verdadeiro cuidado.