“Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.”
Vivemos tempos em que todos querem ser ouvidos. Muitos pensam que têm algo relevante para dizer ao mundo, ao passo que na verdade trata-se apenas de ideias superficiais de pessoas que estão engantinhando em suas vidas, quer seja do aspecto moral ou intelectual. O escritor Umberto Eco disse uma verdade dura sobre o que vemos hoje na internet: “As redes sociais deram o direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho e não causavam nenhum mal para a coletividade“. De fato, todos querem gritar e fazer ouvir sua voz publicamente.
A profecia de Isaías sobre o Messias mostra alguém que viria a impactar o mundo de um modo totalmente diferente, pelo seu exemplo e pelo seu sacrifício. O próprio profeta também escreveu sobre Cristo: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” – (Isaís 52.7). Este texto foi citado por Felipe para explicar ao eunuco etíope que era de Jesus que Isaías estava falando.
Quando Jesus curava, ele advertia que não o dessem a conhecer, para cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías:
“Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos gentios o juízo. Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua voz. Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo; e no seu nome os gentios esperarão.” (Mateus 12.16-21)
Cristo, o Messias, não veio para impor a verdade e o seu Reino pela força do discurso, nem pelo confronto público. Isso não quer dizer que Jesus não deixou de confrontar a hipocrisia dos que lhe opunham, e muito menos significa que não ensinava em lugares públicos. Mas veja que o anúncio aos gentios de sua Justiça não seria feito pela violência, como, de fato, não foi.
“Pus sobre ele o meu Espírito”, diz o Senhor, “e ele promulgará o direito para os gentios”. Muitas vezes queremos impor nossas ideias e nossas verdades à força, esquecendo que apenas Deus tem a chave do coração de cada um, e nada podemos fazer para mudar a pessoa do próximo. Mas com Cristo aprendemos muito. Somos ensinados que não é pela força, ou poder, mas pelo Espírito do Senhor (Zacarias 4.6).
Jesus não veio para contender, mas para se humilhar e quebrantar corações por seu amor. Ele não pisa a cana quebrada, mas ao invés disso, restaura o que já está despedaçado. Cristo não apaga o fogo que está se extinguindo, mas o alimenta para que não morra. Assim o Senhor proclama a justiça e o Direito, e “abre os olhos aos cegos e tira da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas”.
Leia o trecho abaixo de Isaías 42. Pense em sobre como você pode ter sido falho em mostrar a verdade para um próximo pela falta de amor em que se dirigiu a ele. Peça ao Senhor que lhe ensine a ser manso e humilde como Jesus, e a falar como ele falou ao quebrantado e ao moribundo espiritual. Agradeça a Deus por Jesus Cristo, que conquistou teu coração com amor e mudou tua vida para sempre, que por graça te atraiu, e não pisoteou quando estavas quebrado, mas se deixou ser pisoteado em uma cruz para te fazer uma nova criatura e te dar vida eterna.
Isaías 42.1-7*
¹ Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
² Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
³ Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.
⁴ Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.
⁵ Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
⁶ Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
⁷ para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.
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* ARA
