“Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade.”
Deus é desde a eternidade. Isso é um mistério para o ser humano, pois não conseguimos compreendê-la experencialmente. Em nossos sentidos, tudo que conseguimos tocar, ver, ouvir e experimentar diz respeito a um ciclo de início, meio e fim. Para tornar a eternidade ainda mais incompreensível, lembramos que ela não diz respeito apenas a algo que não tem fim, mas também a algo que não tem início, que simplesmente é, tal como Deus. Algo que tem início e não tem fim, é infinito, tal como o ser humano. Mas o que sempre existiu e sempre vai existir é eterno. Salmo 90.2 também diz que “de eternidade a eternidade, tu és Deus!”.
A asseidade de Deus significa que ele existe por si. Ele é autossuficiente, não depende de nada para ser, pois sempre existiu, não precisou ser criado e não teve um início. Ao homem, quando criado, foi-lhe concedida a imortalidade da alma, tornando-o infinito. Contudo, o ser humano teve um início, logo não é eterno.
Por sua eternidade e asseidade, o salmista pode declarar de Deus que somente ele é revestido de majestade e cingido em poder. Assim, Ele pode firmar o mundo, que não vacila. Desse modo, ele pode bramir mais alto que os rios e os mares e impor mais força que as ondas do mar. Por fim, por ser o criador, autossuficiente, majestoso e eterno, ele não pode mentir. Seus testemunhos são sempre verdadeiros. Podemos confiar em tudo que ele nos diz.
Ao final do Salmo 93, temos uma aplicação de todos esses atributos de Deus para nossas vidas. O verso 5 diz que à sua casa convém a santidade. O Templo em Jerusalém não poderia ser violado. Coisas ou pessoas impuras não poderiam adentrar nos seus átrios. No Santo dos Santos apenas o sumo sacerdote entrava uma vez por ano após sua própria purificação. Hoje podemos entender o templo como a reunião dos crentes, a Igreja. E o corpo de cada crente, de igual modo, é considerado templo de Deus. Paulo assim declara aos Coríntios:
“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Coríntios 6.19)
Portanto, tudo que está relacionado à Igreja deve ser feito com santidade, em pureza de coração e de intenções, não podendo ser dirigido conforme a vontade de um líder personalista. A maior autoridade do Corpo de Cristo são as Escrituras. E tudo que fazemos em nossa vida afeta a Igreja, pois somos membros uns dos outros, como é ensinado em Efésios 4:
“… com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4.12)
Ainda, Hebreus nos exorta que devemos “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor”. A santificação não nos salva do inferno, mas é o processo natural de quem já está salvo do inferno. Um homem sem salvação não se santifica, e um homem sem santificação ainda não foi salvo.
Ser santo é, em primeiro lugar, ser separado. Os utensílios do Templo deveriam ser separados para esse uso. Deus é santo, porque não há ninguém como ele em perfeição. Ele está acima de todas as coisas. E nós somos santos porque fomos separados desse mundo para sermos povo de propriedade exclusiva de Deus. Mas santidade também é pureza. “Sede santos porque eu sou santo”, diz o Senhor.
“segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (I Pedro 1.15-16)
Leia o Salmo 93. Adore ao Senhor por sua grandeza, majestade, poder e santidade. Peça perdão e purificação pelos seus pecados. Ore para que Deus te ensine a viver em santidade, quer seja em ações, palavras ou pensamentos. Amém.
Salmos 93*
1 Reina o Senhor. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o Senhor e se cingiu. Firmou o mundo, que não vacila.
2 Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade.
3 Levantam os rios, ó Senhor, levantam os rios o seu bramido; levantam os rios o seu fragor.
4 Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso do que o bramido das grandes águas, do que os poderosos vagalhões do mar.
5 Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, Senhor, para todo o sempre.
* Versão ARA – Almeida Revista e Atualizada